VILA UTOPIA Casa 39
A casa 39 na Vila Utopia estrutura-se a partir de dois temas. O da acessibilidade automóvel e o da criação de uma identidade naquilo a que podemos chamar a sua presença na cidade subjectiva. Os lotes caracterizam-se por possuírem uma pendente acentuada o que inviabilizaria o espaço de jardim se as garagens fossem subterrâneas. Para valorizar a relação da casa com o exíguo espaço exterior as garagens foram colocadas ao nível da rua. Essa opção acabaria por ser incorporada numa lógica volumétrica de dois volumes desfasados que regulam a distribuição funcional da casa. Em cima os quartos e em baixo as salas e cozinha. Os espaços do piso inferior possuem uma forte relação com o exterior (que terá árvores de grande porte) e tiram partido dos espaços exteriores cobertos gerados pelo desfasamento dos dois volumes.

A casa 45 será construída no lote de configuração singular no conjunto da Vila Utopia. A área da casa constitui o principal problema na sua relação com o espaço exterior. Para diminuir o impacto de um volume de 600m2 optamos por uma estratégia de distinção de duas áreas distintas: a área mais social e exposta ao exterior e uma outra área de quartos e espaços de privacidade que se implanta de modo a deixar apenas visível a primeira. O volume de salas constitui-se como um conjunto de espaços sequenciais de grande flexibilidade tipológica, marcado por um espaço exterior coberto continuo. O volume de quartos constitui-se como uma bateria de quartos que partilham um espaço exterior contínuo, numa cota inferior ao jardim, o que permite assegurar a privacidade desta parte da casa. O projecto resume-se assim à valorização do espaço de jardim onde pousa um volume permeável.